O Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), órgão vinculado à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, e o Fórum de Agricultura Familiar da Região Sul do Rio Grande do Sul repudiaram, em nota à imprensa, a distribuição de sementes transgênicas de milho.

A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 11-06-2010 e foi distribuída pelo IHU-Unisinos.

A decisão foi tomada no final de maio pelo Conselho do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), que liberou a inclusão de sementes transgênicas de milho no Troca-Troca, programa de financiamento e subsídio para a aquisição de sementes por agricultores familiares.

“O estímulo dado por um órgão do governo ao uso de material transgênico é inconsequente. Traz graves implicações para o meio ambiente, para a manutenção da biodiversidade e para os próprios agricultores familiares, em uma área estratégica para a produção de alimentos”, diz a nota do Capa e do Fórum.

Eles alertam que é impossível implantar qualquer processo de isolamento no ambiente das pequenas propriedades rurais. Mais grave ainda é que a decisão do Feaper abre a possibilidade da distribuição de sementes estéreis – com o gene terminator – tecnologia que faz com que o agricultor seja obrigado a comprar novas sementes a cada safra.

Assim, ele é impedido de plantar as sementes que o próprio agricultor colheu sem pagar os “devidos” royalties. “Estamos falando sobre o direito ao livre acesso a recursos genéticos e sobre a mais significativa tradição da agricultura familiar: de guardar, reproduzir e propagar suas próprias sementes”, aponta a nota.

Capa e Fórum pedem que, ao contrário do que decidiu o Feaper, o poder público coloque mais recursos econômicos e humanos em favor da biodiversidade, do resgate e conservação das sementes crioulas.

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JUVENTUDE PROTESTA EM DEFESA DA VIDA

Cerca de 400 jovens ligados a movimentos sociais gaúchos estarão amanhã a partir das 8h na Usina do Gasômetro, centro de Porto Alegre, para protestar contra o atual modelo de desenvolvimento que favorece as multinacionais em detrimento de qualquer forma de vida. A manifestação reivindica a retirada do pedido de liberação do arroz transgênico na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança); a paralisação da construção da barragem de Belo Monte; e a realização de uma reforma agrária popular, incentivando a produção agroecológica.

Às 10h, os jovens irão se juntar aos moradores do Morro Santa Teresa, que estarão mobilizados em frente à Assembleia Legislativa para protestar contra a venda do terreno da FASE (Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, ex-Febem) pelo governo estadual. O projeto de lei 388, em que o governo pede autorização aos deputados para a permuta ou alienação da área, deve ser votado nesta terça-feira (08/06 no plenário da Assembleia). Cerca de 20 mil pessoas que moram na área de 74 hectares da FASE serão afetadas com o projeto.

OS JOVENS

A juventude dos Movimentos Sociais é integrada por jovens do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), PJR (Pastoral da Juventude Rural) e Levante Popular da Juventude. Os jovens estão organizados na Assembleia Popular da Juventude, articulação que congrega os jovens dos mais diferentes movimentos socias.

INFORMAÇÕES

Ana Lúcia Mohr

Levante Popular da Juventude

91663354

Lúcio Centeno

Levante Popular da Juventude

84803231