CANAL RURAL, 16/12/2010

Pesquisadores receberam pedido de análise da primeira variedade geneticamente modificada totalmente produzida no Brasil

Maíra Gatto | Brasília (DF)

Três liberações comerciais de sementes geneticamente modificadas marcaram a última reunião do ano na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Os pesquisadores também receberam o pedido de análise da primeira variedade transgênica totalmente produzida no Brasil.

Dos oitos itens que estavam na pauta de análise para liberação comercial, três foram aprovados pela Comissão Técnica da CTNBio. O algodão Glytol da Bayer é tolerante ao glifosato e é a sétima semente transgênica da cultura com autorização para comercialização no país. O milho MON88017 da Monsanto combina resistência a insetos e tolerância ao glifosato. Também teve parecer positivo o cruzamento de três tipos de milho transgênico, que originou uma semente resistente a lagartas e com tolerância ao glifosato e glufosinato [de amônio]. A pesquisa é uma parceria entre a Monsanto e a Dow AgroSciences.

– Foram aprovados milhos que têm mais de um gene. Nós estamos seguindo a tendência mundial de começarmos a agregar mais de um gene transgênico na mesma planta – explica o presidente da CTNBio, Edilson Paiva.

– Essas três aprovações de hoje [quinta, dia 16] dão uma alternativa de tecnologia de ponta para o agricultor brasileiro para que ele possa ter competitividade no mercado externo – avalia a diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Alda Lerayer.

A próxima reunião da CTNBio será em fevereiro. Para 2011, uma das análises mais esperadas envolve uma produção 100% nacional.

– Nós estamos analisando no ano que vem o primeiro transgênico verde-amarelo, produzido pela Embrapa. É um feijão resistente a viroses e isso coloca o país em um outro patamar. Será um dos poucos países do mundo capazes de desenvolver suas próprias culturas transgênicas – conclui Paiva.

A Monsanto informou que ainda não sabe estimar quando as novas sementes estarão disponíveis no mercado. Já a Bayer espera disponibilizar o produto aos agricultores em 2012.