DSC02141A agropecuária contabiliza 70% do uso de antibióticos nos EUA, com drogas sendo administradas para aumentar o peso de rebanhos ou para aumentar o consumo de alimentos. Porém, a exposição continuada a antibióticos pode tornar as bactérias resistentes às drogas, como é o caso do MRSA, sigla em inglês para Methicillin-resistant Staphylococcus aureus, uma bactéria que desenvolveu resistência a um grande grupo de antibióticos e é responsável por infecções em humanos difíceis de serem tratadas.

Em março deste começou a tramitar no Congresso americano um projeto de lei exigindo que qualquer pedido para aprovação de novas drogas de uso veterinário deverá incluir provas de que há “certeza razoável” de que elas não produzirão resistência antimicrobiana. A Lei de Preservação de Antibióticos para Tratamento Médico exigiria ainda que drogas “não terapêuticas” atualmente administradas sejam eliminadas dentro de um período de dois anos após a entrada em vigor da nova lei.

Em um audiência sobre o projeto de lei, o comissário principal da FDA (órgão do governo americano que regulamenta alimentos e medicamentos), Joshua Sharfstein (o “número 2” do órgão), disse que “propósitos outros que a melhoria da saúde humana ou animal não deveriam ser considerados uso criterioso [de antibióticos]”, e que “eliminar estes usos não irá comprometer a segurança dos alimentos”.

Sharfstein disse ainda que existem “claras evidências” de que a exposição constante a antibióticos leva os organismos a tornarem-se resistentes e que os antibióticos de fato só deveriam ser administrados a rebanhos para prevenir ou tratar doenças. Ele acrescentou que somente se deveria administrar medicação a rebanhos sob supervisão de um veterinário, o que significaria o fim da distribuição livre (sem prescrição) das drogas aos criadores.

Mais tarde, Sharfstein disse que seus comentários eram uma “declaração dos princípios da FDA”, acrescentando que o órgão “não tem posição” sobre o projeto de lei.

Fonte:

The Ecologist, 15/07/2009.