Quando praticamente todas as pesquisas de intenção de plantio da soja 2009/2010 apontam para o aumento da área cultivada com soja, o que indica que esta cultura avançará sobre as áreas até então ocupadas pelo milho, parte dos produtores ainda não definiu sobre o tipo de semente que vai utilizar. Ao contrário de anos anteriores, quando houve uma corrida para as sementes transgênicas, o que se percebe agora é que o sojicultor está reticente e questionando as vantagens reais do investimento nestas lavouras.

O produtor e engenheiro agrônomo Júlio César Pereira Júnior afirma que vai reduzir para 15% o cultivo de sementes geneticamente modificadas na safra 2009/2010. Na última safra, ele plantou sementes transgênicas em 65% da área de soja cultivada por ele em fazendas no Município de Uberlândia e Estrela do Sul. “Faríamos investimentos na transgenia, mas não há perspectivas do retorno esperado”, disse Júlio César.

O produtor afirmou que a decisão de reduzir o percentual destinado a cultivar o transgênico foi tomada depois de avaliada a baixa produtividade apresentada na safra passada e no alto custo da lavoura. O principal agravante foi o custo de produção da lavoura transgênica. O preço do glifosato — herbicida sistêmico não seletivo (mata qualquer tipo de planta, menos as transgênicas) desenvolvido para matar ervas daninhas, principalmente perenes — saltou de R$ 9 para R$ 20 o litro. (…)

Fonte:

Correio de Uberlândia, 01/09/2009.