O Greenpeace China recebeu na última semana um fax com uma informação chocante: o país estava mantendo em segredo que o governo, há mais de um ano, deu um passo definitivo na aprovação de arroz e milho transgênicos. O fax, enviado pelo Ministério da Agricultura, confirmou que em 24 de dezembro de 2008 liderou uma reunião interministerial que aprovou as sementes. Sim: 2008! A decisão foi tão controversa que, ao que parece, decidiu-se mantê-la em segredo.

Para que possam ser comercializadas, as sementes transgênicas de arroz e milho agora só precisam realizar testes de campo e receber os registros. Não há obrigatoriedade para a realização de estudos de segurança à saúde ou ao meio ambiente.

O fax foi enviado ao Greenpeace após a ONG pedir esclarecimentos quanto à situação legal do arroz e do milho transgênicos no país.

O Greenpeace divulgou então um comunicado pedindo ao governo que pare imediatamente a comercialização de transgênicos e que respeite os direitos do público chinês de saber sobre sua lavoura alimentícia mais importante.

Segundo o Professor Jiang Gaoming, da Academia Chinesa de Ciências, “Não há evidências de que o arroz transgênico seja seguro e seria uma terrível experiência para a China se tornar o primeiro país no mundo a comercializá-lo”.

Fonte:

Greenpeace China, 26/03/2010.

N.E.: No Boletim 481 divulgamos um manifesto de 120 acadêmicos chineses contra certificados concedidos pelo governo a duas variedades de arroz transgênico, ao qual o governo chinês respondeu dizendo que os certificados eram apenas uma “luz verde sobre a segurança das variedades”, e não uma autorização para a comercialização de alimentos transgênicos. Na ocasião, o Ministério da Agricultura ainda ressaltou que a China nunca aprovou a importação de nenhuma semente transgênica de cultivo alimentício para plantio comercial, e que no país não há plantio de lavouras alimentícias transgênicas.

A notícia agora obtida pelo Greenpeace mostra que, de fato, a posição chinesa com relação aos transgênicos é muito confusa.