Produtores de Irineópolis, no Planalto Norte catarinense, estão resgatando uma atividade intimamente ligada à agricultura familiar: a produção de sementes crioulas.
Folha Rural, 14 de junho de 2010 | O trabalho foi reiniciado há mais de 10 anos pela ONG Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA). Em 2006, a Epagri iniciou um projeto, em parceria com a ONG, para valorizar a história dos agricultores e minimizar problemas como o elevado custo de produção e os riscos do uso indiscriminado de agrotóxicos.
A maior atenção do projeto está na produção de sementes de milho e feijão. Também são produzidas, em pequenas quantidades, sementes de arroz sequeiro, plantas de cobertura, amendoim, hortaliças e ramas de aipim. “A agroecologia é a matriz em que nos referendamos para propor tecnologias de baixo impacto ambiental e que sejam adaptadas à realidade dos pequenos agricultores”, conta o engenheiro-agrônomo Danilo Sagaz, da Epagri/Escritório Municipal de Irineópolis.
O trabalho envolve a identificação das famílias que trabalham com sementes crioulas e o resgate de conhecimento junto aos agricultores. A organização das comunidades e o melhoramento da qualidade das culturas também fazem parte do projeto.
Danilo explica que, com as sementes crioulas, o agricultor reduz o custo de implantação da lavoura sem comprometer os ganhos com produtividade. Além disso, as lavouras conduzidas no sistema agroecológico não apresentam sintomas de doenças e são pouco atacadas por pragas como a lagarta-do-cartucho.
No município, mais de 50 famílias cultivam lavouras com sementes crioulas, incluindo agricultores do Assentamento de Trabalhadores Rurais Sem Terra Manoel Alves Ribeiro. Além da AS-PTA, também são parceiros do projeto a Estação Experimental de Canoinhas, o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar e a Prefeitura Municipal.
Fonte: Epagri