Valor Econômico, 29/12/2010 – em FAEG.
A maior indústria de defensivos [agrotóxicos] genéricos do mundo está prestes a trocar de mãos. Atualmente controlada pela KoorIndustries, a israelense Makhteshim–Agan está na mira da China National Chemical, mais conhecida no mercado como ChemChina. O grupo chinês acertou ontem (28/12) a compra de uma participação de 7% da Koor no capital da Makhteshim, que tem um valor de mercado estimado em cerca de US$ 2,4 bilhões.
Mas a estratégia dos chineses vai além de uma participação minoritária. A ChemChina quer adquirir todas as ações da Makhteshim que são negociadas em bolsa. Com a operação, a fatia do grupo chinês na companhia israelense subiria para aproximadamente 60%, o que lhe conferiria o controle da fabricante de produtos genéricos. Dessa forma, os 40% restantes permaneceriam em posse da Koor. (…)
Apesar de o negócio aparentemente estar distante do Brasil, a operação terá impactos no mercado nacional de defensivos. Isso porque a Makhteshim controla no país a Milenia, companhia que detém 6% do mercado nacional e sozinha é responsável por quase 20% dos negócios globais do grupo. (…)
A queda das barreiras, a valorização do real e o avanço dos transgênicos tornaram o Brasil um dos principais mercados para produtos genéricos. Estimativas das próprias empresas do setor indicam que últimos cinco anos, a participação desse tipo de defensivo passou de praticamente zero para quase metade do faturamento do segmento. No ano passado, as vendas totais da indústria foram de US$ 6,6 bilhões, dos quais 48,5% foram provenientes de produtos genéricos.
N.E.: A matéria diz que “(…) e o avanço dos transgênicos tornaram o Brasil um dos principais mercados para os produtos [agrotóxicos] genéricos.” Em verdade, o avanço dos transgênicos ampliou de maneira astronômica o uso em geral de agrotóxicos no País (ao contrário de toda a propaganda, que sempre prometeu redução do uso de venenos). O fato de os genéricos terem ganhado participação neste mercado deve-se a outros fatores, como a regulamentação e taxas de importação.