Monitor Mercantil, 24/01/2011.
A maioria dos agrotóxicos comercializados no Brasil são classificados como perigosos ou muito perigosos para o meio ambiente, de acordo com relatório divulgado pelo Ibama.
Em 2009, 1% dos defensivos agrícolas comercializados no país pertencia à classe 1 (altamente perigosos); 38%, à classe 2 (muito perigosos); e 49%, à 3 (perigosos). Apenas 12% estão na classe 4 (pouco perigosos). (…)
O agrotóxico mais comercializado no país em 2009 foi o herbicida glifosato, utilizado em lavouras de 26 culturas diferentes, entre elas arroz, café, milho, trigo e soja. Avaliado na classe 3, de produtos perigosos, o agrotóxico teve 90,5 mil toneladas comercializadas no período.
Transgênicos
O glifosato é produzido principalmente pela multinacional norte-americana Monsanto (a patente da empresa já expirou), que introduziu – pelo visto com eficiência – a soja transgênica no país justamente por ser resistente a seu produto, comercializado com a marca Roundup.
Na Argentina, o uso intensivo do glifosato provocou a aparição de resistência, levando a um aumento progressivo das doses usadas, e assim a uma perda de fertilidade do solo. O herbicida elimina também as bactérias indispensáveis à regeneração do solo, segundo a Wikipedia.
Proibido
Entre os dez produtos agrotóxicos mais comercializados está o metamidofós, banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana pelos altos riscos à saúde. A proibição será gradual e o produto poderá ser comercializado até 2012.
Também estão na lista dos mais vendidos os produtos à base de cipermetrina, óleo mineral, óleo vegetal, óleo mineral, enxofre, ácido 2,4-Diclorofenoxiacético, atrazina, acefato e carbendazim. Segundo o Ibama, o acefato está passando por processo de reavaliação e pode ser banido das lavouras brasileiras.