A indústria comemorou em 2008 quando o Brasil passou a ser o maior usuário de vevenos do mundo. Depois de ver que o fato pegou mal, Sindag e cia lançaram uma ofensiva de imprensa para tentar convencer que isso era sinônimo de tecnologia e importante para o crescimento – palavra mágica. Agora, na divulgação dos dados de 2010, simplesmente resolveram omitir a informação sobre o volume de agrotóxicos vendido no país.

Uso de venenos por cultura: Soja 46%; Cana 11%; Milho 10%.

Estados “campeões”: Mato Grosso 20%; Paraná 15% ; São Paulo 14%

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FOLHA DE SÃO PAULO, 17/02/2011

Mauro Zafalon

O mercado de defensivos agrícolas recuperou, em 2010, os valores de 2008.

Após queda de 7% em 2009, o faturamento do setor cresceu 9% no ano passado e atingiu US$ 7,2 bilhões, segundo o Sindag (sindicato da indústria de defesa agrícola).

Os números sugerem uma evolução do volume vendido -não divulgado pelo Sindag-, mas a valorização cambial resultou em compressão de margens para a indústria instalada no Brasil. Em reais, as vendas tiveram queda de 3% em relação a 2009, para R$ 12,4 bilhões.

As vendas de herbicidas, em reais, foram as que mais sofreram em 2010, com retração de 10%. Já a comercialização de fungicidas, demandados para controle da ferrugem da soja, subiu 5% e chegou a R$ 3,7 bilhões.

A soja, aliás, continuou dominando a entrega de defensivos, concentrando 46% do total, seguida pela cana (11%), milho (10%), algodão (10%), e café e citros, ambos com 4% de participação.

Entre as regiões compradoras, o Mato Grosso foi, pelo sétimo ano consecutivo, o maior consumidor, com 20% do total. E o Paraná, com 15%, ultrapassou São Paulo (14%) pela primeira vez e ficou com a segunda posição.

Para este ano, o setor aposta nos altos preços das commodities agrícolas para crescer. “Esse patamar das cotações faz com que se adote mais tecnologia no campo”, afirma Eduardo Daher, diretor-executivo da Andef (associação representativa da indústria de agroquímicos).

Para ele, o faturamento em dólar deve aumentar entre 5% e 6% em 2011. Apesar de o percentual ser menor do que os 9% de 2010, o crescimento deste ano deve ser real para a indústria, já que a base de comparação é mais elevada.