Em dia de campo para apresentar novas cultivares de soja, a equipe de plantas daninhas da Embrapa Soja fez um balanço sobre a situação de plantas daninhas resistentes a herbicidas no país e no Paraná. Hoje existem 18 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas no Brasil. Dessas espécies, cinco são resistentes ao herbicida glifosato: buva (duas espécies), azevem, amargoso e leiteiro. Além disso, os pesquisadores Fernando Adegas e Dionísio Gazziero falaram sobre alternativas para o manejo da soja voluntária, que é a soja que germina depois da colheita, a partir de grãos deixados no solo.

Segundo os pesquisadores, a soja voluntária pode causar problemas para a cultura subseqüente, como o milho safrinha ou o trigo, além de ser fator de proliferação da ferrugem da soja durante a entresafra. “No caso da soja voluntária convencional o controle é normalmente feito com glifosato, mas nas áreas de soja RR é preciso buscar alternativas.”, dizem os pesquisadores.

Com informações da Embrapa Soja, via Página Rural, 04/03/2011.

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Sementes caídas da colhedora são problema para safrinha

Além das plantas daninhas, competição gerada pelas soja germinada pós-colheita pode atrapalhar desenvolvimento da cultura do milho safrinha

Juliana Royo, para o portal Dia de Campo, 28/02/2011

http://www.diadecampo.com.br/

As plantas daninhas são um grande problema para o milho safrinha e chegam a reduzir a produtividade da cultura em mais de 25%, dependendo da espécie e do estágio de infestação. A dessecação é extremamente importante para os produtores, que devem conhecer muito bem as espécies que invadem a sua lavoura.

— Para quem quer colher mais de 100 sacas por hectare é muito importante estar atento a esta questão da dessecação. Nós sabemos que a mato-competição com o milho é muito importante e estas perdas podem diminuir a produção em até mais de 25%. Plantas daninhas como a corda de viola, se o produtor deixar escapar agora, lá na frente ele vai ter um problema muito grande na colheita e pode levar a um prejuízo muito grande — alerta o pesquisador Germison Tomkuelski, da Fundação Chapadão.

No entanto, não é apenas com as plantas invasoras tradicionais que os produtores devem se preocupar. O pesquisador diz que a competição com a planta do milho pode ser gerado por restos de sementes de soja deixadas no solo. Isso ocorre no momento da colheita, em que alguns grãos caem da colhedora e podem acabar germinando.

— É importante também o produtor estar atento para a perda de sementes e grãos que são jogados na lavora após a colheita. O produtor não pode deixar que estas sementes que venham a germinar da soja que foi colhida para não interferir no desenvolvimento do milho. Tem que prestar atenção nas sementes caídas da colhedora. Às vezes, é necessário que o produtor faça as aplicações mais cedo. Se começar errado talvez o produtor não consiga consertar estes erros lá na frente — ressalta.

Germison destaca a importância do produtor conhecer bem a lavoura e saber reconhecer as espécies de plantas invasoras que estão prejudicando a cultura. Dependendo do tipo de planta, o manejo para combate é diferente.

— Para os produtores que dessecaram a cultura da soja para tentar antecipar a colheita, conseguiram eliminar uma parte destas plantas daninhas que poderiam prejudicar o milho safrinha. Agora, o que deixou cair as folhas naturalmente pode ter problemas agora com algumas plantas daninhas como folha estreita ou folha larga. Antes do produtor implantar a cultura do milho safrinha é necessário que ele faça a dessecação destas áreas aplicando produtos normalmente à base de glifosato, dependendo da espécie de planta daninha. Se for só gramínea com o glifosato ele consegue fazer o controle de forma satisfatória. É importante que antes de dessecar o produtor observe que tipo de planta daninha ele tem na área — explica.