Vaivém | Folha de São Paulo, 30/01/2012

O bom momento vivido pelo campo esquentou os negócios na aviação voltada para o agronegócio. Os dados da Embraer mostram que a indústria obteve o quarto melhor ano de vendas nos 40 anos da empresa. Os aviões da Embraer são usados para a pulverização de lavouras.

O produtor não buscou, no entanto, apenas elevar a tecnologia utilizada nas lavouras, mas quis também encurtar as distâncias entre as suas propriedades.

Dados da Aero Bravo Indústria Aeronáutica Ltda., de Belo Horizonte, mostram que a entrega de aeronaves utilizadas para o transporte de pessoas teve forte evolução no ano passado.

O agronegócio ganha espaço em áreas de fronteiras agrícolas, de grande extensão e distantes das regiões tradicionais, o que favorece as vendas dos dois tipos de aeronave.

Em 2011, a Embraer vendeu 56 aviões do tipo Ipanema, destinados à pulverização. Desse número, 44 são movidos a álcool. O Ipanema ocupa 75% das vendas do mercado nesse segmento.

O pico de vendas tinha ocorrido em 1975 e 1976, quando a empresa havia comercializado 71 e 79 aeronaves.

Um dos destaques nas vendas de 2011 ocorre no oeste baiano, região que vem obtendo grande crescimento. Além disso, o agronegócio tem forte elevação de renda nessa região, que abriga o município com a maior renda agrícola: São Desidério.

Fábio Homem de Carvalho Filho, proprietário da Bravo, empresa com 18 anos e que comercializa aviões de transporte de menor porte, diz que a empresa entregou 40 unidades no ano passado no mercado interno, 20% mais do que em 2010.

O cenário para 2012 ainda se mostra incerto, principalmente devido aos possíveis efeitos da crise europeia sobre as commodities.

Mesmo assim, Carvalho Filho prevê que as vendas deste ano terão evolução semelhante à obtida em 2011.