Gazeta de Alagoas, 03/02/2012
Conab e MDS garantem quase R$ 7 milhões para a compra de cerca de 1,8 milhão de toneladas de sementes produzidas por agricultores familiares do Estado
O agricultor Sebastião Damasceno, de Santana do Ipanema, se transformou num dos símbolos do movimento chamado em Alagoas de “Sementes da Resistência”. Ele participa de praticamente todos os encontros de agricultores familiares, feiras e exposições exibindo uma coleção de sementes crioulas que inclui desde variedades mais comuns de feijão e milho plantadas em Alagoas, até raridades como variedades de algodão e fava que praticamente não são mais cultivadas no Estado. Por onde passa, ele explica que as sementes que carrega, além de adaptadas às condições de clima e solo do Estado, fazem parte das culturas e tradições dos agricultores alagoanos.
Mas engana-se quem pensa que Damasceno participa de um movimento “romântico” ou saudosista. Ao contrário. Os produtores querem na verdade é melhorar de vida e de renda com a seleção e plantio das próprias sementes. E estão conseguindo avanços importantes. Este ano, pela primeira vez na história, os gastos públicos com a aquisição de sementes crioulas vão superar os gastos com a compra de sementes comerciais.
A Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário prevê gastos da ordem de R$ 6,7 milhões para o programa de aquisição de sementes. A expectativa é que os recurso sejam suficientes para a aquisição, através de pregão eletrônico, de cerca de mil toneladas de sementes selecionadas de milho, feijão, sorgo e mamona. “Além dessas sementes devemos contar com o reforço da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento”, explicou recentemente a reportagem do Gazeta Rural o secretário Jorge Dantas, da Agricultura.