Valor Econômico, 05/03/2012.

Uma das maiores companhias de grãos de capital nacional do país, a Caramuru Alimentos, com sede em Itumbiara (GO), está investindo R$ 80 milhões para ampliar em 60% sua capacidade de processamento de soja para a produção de farelo e óleo, inclusive para biodiesel. Parte do aporte é financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esse projeto de expansão teve início no fim de 2010, com o arrendamento de uma unidade industrial em Sorriso, Mato Grosso, cuja modernização continua em andamento. De acordo com César Borges de Sousa, vice-presidente da Caramuru, quando estiver em seu “estado da arte” a planta terá capacidade para processar aproximadamente 300 mil toneladas de soja por ano.

O executivo informa que o arrendamento tem prazo de dez anos. A fábrica é focada em produção de farelo e extração de óleo, mas depois que a assumiu, a Caramuru também implantou uma linha de lecitina de soja, proteína de elevado valor agregado, neste caso não transgênica, normalmente comercializada como suplemento alimentar ou para fins medicinais. (…)

Segundo Sousa, o farelo produzido na planta, que deverá entrar em operação em um ano e meio, será destinado sobretudo a fábricas de rações e criadores de bovinos da região. (…)

Em suas unidades, a Caramuru mantém a aposta de processar apenas grãos não transgênicos, matéria-prima para seus produtos vendidos no varejo, como óleos e bebidas à base de soja. O mesmo vale para o milho, processado na fábrica da companhia em Apucarana, no Paraná. A empresa só trabalha com transgênicos quando se trata da exportação direta de grãos, que responde por 20% a 25% do volume total de soja originado. (…)