Apuração é da Secretaria de Direito Econômico; empresa nega
FOLHA DE SÃO PAULO, 23/03/2012
A SDE (Secretaria de Direito Econômico), do Ministério da Justiça, investiga a multinacional Monsanto pela prática de venda casada.
Segundo denúncia recebida pelo órgão, a empresa estaria obrigando agricultores a comprar sementes transgênicas para ter acesso às convencionais.
A Folha apurou que a averiguação é preliminar e corre sob sigilo. Procurada, a secretaria não quis comentar.
A Monsanto disse que não faz venda casada e que não tomou conhecimento de nenhuma investigação da SDE.
Se o órgão entender que há indícios de prática anticoncorrencial, poderá enviar parecer ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pedindo a punição da multinacional. Se condenada pelo conselho, a empresa de biotecnologia poderá ter que pagar multa de até 30% de seu faturamento.
DENÚNCIA
Em 2010, produtores de soja recorreram ao Cade contra o que chamavam de práticas abusivas da Monsanto. Na época, a empresa foi acusada de exigir que o agricultor apresentasse uma área plantada de 85% de transgênicos para que pudesse comprar sementes tradicionais.
Eles também denunciavam a cobrança de royalties muito altos, o que seria abusivo e impediria o acesso ao mercado de produtores menores. A reportagem tentou contato com a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), que representa o setor, mas o porta-voz da associação estava indisponível.
A Monsanto já foi investigada e punida pelo Cade por outras práticas consideradas prejudiciais à concorrência.
Em 2005, o conselho determinou que a multinacional retirasse de seus contratos cláusulas de exclusividade para a venda de ácido glifosato, que é usado na produção de herbicidas.
No ano seguinte, o Cade proibiu a celebração de acordos da Monsanto com comercializadores de semente e centros de pesquisa que impediam a utilização de tecnologia de transgênicos de outras empresas.
O FUTURO CHEGOU! ESTAMOS PRONTO PARA COMER BACTERIAS… SABOROSA… HUMMMMMMMMM!
7 bilhões de pessoa no planeta! Ultrapassamos essa marca no final de 2011 e segundo a ONU teremos mais de 9 bilhões de seres humanos habitando o planeta ate 2050. Como alimentar, dar estudo, saúde, diversão, estrada e dignidade a esse numeram de bocas? Simples vamos comer bactérias, fungos, insetos e algas, te apetece um pratinho gosmento? Não seja relutante, isso vai chegar a sua mesa sem você ao menos perceber e vai gosta, porque é barato para você, e você não sabe mesmo a origem do teu alimento, ele chega por mágica até você, seja no restaurante ou em pequenas embalagens plásticas muito comodamente preparadas para o seu consumo!
Quando entrei na escola, e olha que não sou tão velho assim, todo conceito que não passava pelo crivo da concepção bíblica da criação era por mim ignorado ou esbravejava por dentro… Blasfêmia! Vai queimar no fogo do inferno professor! Isso porque o conceito de genes, engenharia genética e transgenia fugia muito daquilo que compreendia como vontade divina. Hoje eu estudado, e já que estou mudado! E já que faz bem ao planeta, aceito até comer uma bacteriazinha de vez em quando, pois é aqui entra o nosso consumo bactéria no dia a dia.
O próximo lançamento de soja transgênica da Monsanto é a Intacta RR2 PRO™ que segundo o site da empresa é a nova tecnologia da Monsanto, que irá revolucionar o mercado de soja no Brasil. Ela é a primeira tecnologia 3×1 para soja no Brasil e leva para o produtor um pacote de três soluções: 1) resultados sem precedentes devido a tecnologias avançadas de mapeamento, 2)seleção e inserção de genes em regiões de alta produtividade do DNA, proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja, 3)tolerância à aplicação de glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready. Resumindo, quando você for comer algum produto que tenha soja ou comeu soja (franco, suíno, boi, etc) estará comendo um pedaço de alga (o que conferiu a soja tolerância a glifosato) e a bactéria Bt (Bacillus thuringiensis) que a no site diz que a Intacta RR2 PRO™ “protege” (leia-se mata…) contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja: lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens e Rachiplusia nu) e broca das axilas (Crocidosema aporema). Ou seja, na própria soja vem um inseticida que mata algumas pragas que comem a soja, nem todas… Vai continuar usando veneno do mesmo jeito… Resta saber se quem comer a soja Intacta vai precisar tomar vermífugo de vez em quando ou se comendo essa soja ela vai combater as lombrigas também, não custa pergunta né!
Mas ao fim você esta saboreando aquele pedaço de carne suculento, saboroso… hummmmm! Eu acho que foi a soja transgênica RR que deu esse toque, e você hein que diz não gostar de comida japonesa… Imagine você comendo esse mesmo pedaço o ano que vem ainda mais saboroso porque tem terá uma bactéria também, hummmmm que delicia! Não tem nada ver comparar o Bacillus cereus que causa um monte de infecções em seres humanos com o Bacillus thuringiensis, pois o Bacillus thuringiensis não causa as intoxicações alimentares como estafilococos, clostrídios, Escherichia coli e Bacillus cereus que causam diarreias e outras infecções.
É isso ai meu amigo o futuro chegou, e você esta sendo preparado para comer bactérias, fungos, vírus, insetos, etc… só você esta esperando que lhe ofereçam isso numa bandejinha de isopor enrolada em plástico na gondola do supermercado, e veja você… kkkkkkkkkkkkkk… a embalagem é diferente daquilo que você esta acostumado… (o que o Marketing não faz para melhorar sua qualidade de vida… ) a embalagem é um pedaço de peito de frango, um de salmão grelhado, um lombinho suíno ou um filé mignon bovino mal passado (e ai mata o tal bacillus). Bem vindo ao futuro meu amigo. O pior é pensar que os interesses da Monsanto fere meu direito de livre escolha, eu tenho que aderir ao transgênico, queira ou não, porque os alimentos já vem contaminados.
E você vai ter que aceitar tudo isso, como você aceita os políticos corruptos, como você aceita não ter uma assistência de saúde descente, como você aceita tudo… que venha as bactérias da Monsanto agora.
ANTONIO DELFIM NETTO
Embrapa
Há tarefas que as virtudes do mercado não podem realizar adequadamente. Não se pode e não se deve esperar que uma empresa privada, que só pode sobreviver se gerar lucro, distribuir dividendos e criar valor para seus acionistas, atenda corretamente ao interesse social se tiver objetivos conflitantes entre o curto e o longo prazo.
É o que pode acontecer, por exemplo, quando a pesquisa e a inovação ocorrem em empresas que são, ao mesmo tempo, produtoras e disseminadoras de bens que incorporem seus resultados.
Suponhamos, para simplificar o argumento, uma empresa que produza um eficiente fungicida para combater doença que ataca a produção de feijão. Um dia, seus cientistas constroem com sucesso uma variedade de feijão resistente ao fungicida que ela mesma produz. Qual será a provável reação da sua administração, cujo primeiro dever é proteger o valor do patrimônio de seus acionistas? Patentear a inovação e colocá-la na prateleira! Até quando? Até que o valor dos seus investimentos na produção do fungicida seja completamente amortizado.
O “mercado” apresenta uma “falha”. Não funciona adequadamente pela simples e boa razão que o “incentivo” que lhe determina a ação -a maximização dos lucros- subordina o interesse coletivo ao “curto-prazismo” do interesse privado. Em outras palavras, o feijão resistente aos fungicidas que beneficiaria toda a sociedade terá a sua disseminação controlada pela velocidade da depreciação do investimento já feito para produzir o fungicida, condicionada ainda à possibilidade de garantir a remuneração dos dispêndios feitos com a pesquisa -ou seja, à patente e ao controle do valor criado pela descoberta.
Se não houver a “garantia” da patente, o mais provável é que, devido ao interesse privado, a inovação de interesse social nunca veja a luz.
Foram constatações tão simples como essas que levaram o governo, em 1972, a criar a Embrapa, que transformou o maior “passivo” brasileiro, o cerrado, no nosso maior “ativo”. Um ativo construído com dedicação, diligência e trabalho duro, que precisa continuar a ser defendido do “aparelhamento” ideológico-partidário.
Ao contrário do que pensam alguns de nossos economistas, a Embrapa não nasceu para competir com o setor privado. Nasceu para inovar, criar e transmitir conhecimentos, usando as empresas privadas como instrumento para disseminá-los. Ela não produz “distorções” no mercado.
Muito pelo contrário, corrige a sua miopia “prazo-curtista”. É isso que torna incompreensível o misterioso e confuso “ruído” político atual sobre o seu importante papel para o desenvolvimento nacional.
ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna.
É “se comer o bicho pega se ficar o bicho come”. É muito engraçado, quando ouvimos justificativas que, nos fazem pensar que ´mal e necessário. Em se tratando do simples e puro lucro, talvez, pra quem lucra é claro. Porem acredito que o avanço da tecnologia não nos pode deixar nesse empasse: ou come veneno ou come germes. Mesmo porque se formos colocar na balança não há vantagem em nenhum dos dois. O argumento de “matar a fome” a própria estatística de mortes por desnutrição e fome nos responde a essa questão. Falta de alimento, o próprio desperdício em todos os setores nos dão respostas também. Então não justifica tanta tecnologia para substituir os antigos “vermífugos que tomávamos” por tratamentos para os mais variáveis tipos de câncer, contaminação dos rios, nascentes, solo, animais… Sempre penso que a tecnologia deve ter a função de melhorar o que já existe. Se for pra trocar seis por meia dúzia, não vejo vantagens. Acredito que o homem pode fazer melhor que isso. Aliás, acredito também que, não está melhor justamente pelo motivo que o colunista Delfim Neto explicou tão bem.