A Defensoria Pública do Estado de São Paulo em Taubaté ajuizou, no dia 29 de setembro, uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Nobrecel SA Celulose e Papel e a Monsanto. A ação busca impedir a utilização pelas empresas de um herbicida no plantio de eucaliptos, no município de Piquete, localizado no Vale do Paraíba. O produto está causando danos à população e ao ecossistema da região.

A ação também almeja suspender o corte de eucaliptos em Piquete, até que sejam feitos estudos de impacto ambiental por causa da expansão da monocultura no município.

Segundo o defensor público Wagner Giron de La Torre, que propôs a ação, a Nobrecel utiliza o herbicida Scout-NA – fabricado pela Monsanto – desde novembro de 2004. O defensor coletou relatos de pessoas afetadas pelo produto, incluindo ex-trabalhadores da Nobrecel.

“Coletei até depoimentos de biólogos, veterinários e sitiantes [pequenos proprietários rurais] da região que até hoje estão fazendo terapia, porque sofreram desmaios, perda de capacidade visual, diminuição dos glóbulos vermelhos, contaminação de metal no organismo, enrijecimento dos músculos dos membros e fraqueza nas pernas.”

O defensor Giron ainda revelou que mais de oito mil toneladas de peixes morreram em um só dia. A utilização do produto químico teria provocado ainda a morte de espécies de pássaros, anfíbios e insetos, e também de centenas de árvores frutíferas.

A ação da Defensoria pede que Nobrecel e a Monsanto indenizem cada vítima que foi lesada pelo herbicida, pagando o valor de 500 salários mínimos. A ação também requer que as empresas paguem – cada uma – cinco mil salários mínimos pelos danos ambientais causados ao município de Piquete.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

05/10/09