VALOR ECONÔMICO, 17/12/2012.
A área plantada com sementes geneticamente modificadas – soja, milho e algodão – no Brasil deve atingir 37,1 milhões de hectares em 2012/13, um aumento de 4,6 milhões de hectares (14%) em relação à safra anterior. Os dados são do 2º Acompanhamento da adoção de biotecnologia agrícola no Brasil, realizado pela consultoria Céleres. De acordo com o relatório, a soja mantém-se na liderança, com 24,4 milhões de hectares (65,7% da área total), seguida pelo milho verão e inverno, com 12,2 milhões de hectares (32,9%) e do algodão, com 0,55 milhão de hectares (1,5%).
O milho de inverno teve taxa de adoção de 87,8% ou 6,9 milhões de hectares a serem plantados com híbridos transgênicos na safra 2012/13, crescimento de 1,2 milhão de hectares em relação ao plantio em 2011/12. Para a safra verão, que começou a ser plantada em outubro, a expectativa é de que a taxa de adoção chegue aos 5,3 milhões de hectares, ou 64,8%, o que representa aumento de 305 mil hectares se comparado ao plantio 2011/12.
Somando as duas safras, 76,1% (12,2 milhões de hectares) da área total plantada com milho utilizou a biotecnologia. Há cinco anos, a adoção total era de apenas 1,2 milhão de hectares. “Os produtores brasileiros estão investindo mais em tecnologias que favorecem os ganhos de produtividade. Na cultura do milho, tem se mostrado uma importante ferramenta para auxiliar no incremento dos indicadores de produtividade do Brasil”, diz Anderson Galvão, sócio-diretor da Céleres.
No caso da soja, a previsão da Céleres é que 88,8% da estimativa atual de plantio para essa safra utilize eventos biotecnológicos. Se comparado à safra anterior, projeta-se um crescimento de 3 milhões de hectares.
Já a cultura do algodão deve ocupar 50,1% da área total prevista, chegando a 546,7 mil hectares. Segundo dados do relatório da Céleres, a tecnologia mais utilizada é a tolerante à herbicida, com 25,7 milhões de hectares e com crescimento de 3,6 milhões de hectares em relação à adoção de 2011/12. Em seguida, aparece a tecnologia de resistência a insetos, com 5,8 milhões de hectares e com crescimento de 450 mil hectares em relação ao ano anterior.
As tecnologias com genes combinados figuram em terceiro lugar, totalizando 5,5 milhões de hectares, com estimativa de crescer 527 mil hectares em relação ao ano anterior. Porém, o atraso na aprovação da soja com tecnologia de genes combinados na China pode impossibilitar seu potencial de crescimento no Brasil. O Mato Grosso segue na liderança, com 9,9 milhões de hectares semeados com lavouras transgênicas, seguido pelo Paraná, com 6,8 milhões de hectares, e pelo Rio Grande do Sul, com 5,4 milhões de hectares.
(Bettina Barros | Valor)