Está cada vez mais difícil de esconder: soja da Monsanto gera problemas maiores do que seus potenciais benefícios. A reportagem é de José Rocher e foi publicada na Gazeta do Povo em 01/12/2009.
A erva daninha conhecida como buva traz ao produtor brasileiro de soja um problema que, nos Estados Unidos e na Argentina, chegou a colocar em xeque o futuro da soja transgênica. Ao ganhar resistência ao glifosato, a planta daninha só morre com mudança no manejo e combinação de herbicidas. Em muitas lavouras, precisa ser arrancada manualmente. Ou seja, amplia o uso de agrotóxicos e dificulta o cultivo, anulando as principais vantagens da semente RR. O fenômeno, no entanto, é considerado superável pela Embrapa Soja.
“Houve uma seleção natural de plantas resistentes, que agora precisam ser controladas de forma alternativa”, afirma Dionísio Gazziero, especialista em plantas daninhas. Com o tempo, outras plantas daninhas tendem a se tornar imunes à ação do glifosato como a buva, acrescenta.
A nova buva se alastra do Sul para o Norte do Brasil. No Paraná, passou do Oeste para o Norte em dois anos, exigindo qualificação do produtor rural. “O problema é que o controle químico não traz resultado satisfatório. Os agricultores precisam adotar um conjunto de ações integradas para conseguir algum efeito”, orienta Gazziero.
A Embrapa aconselha os produtores que têm áreas infestadas a procurar ajuda de um técnico. Dependendo da concentração de buva, é necessário mudar inclusive as opções de plantio. O cultivo de trigo ao invés de milho no inverno facilita o controle da planta. Quem produz milho safrinha tem menos tempo para administração de herbicidas na hora certa.
Mais do que isso, a buva exige ação conjunta, uma vez que se espalha facilmente com o vento. Uma única planta produz até 200 mil sementes, conforme os especialistas. A semente da buva é 2 mil vezes mais leve que a da soja, o que lhe permite viajar no vento por centenas de quilômetros antes da germinação. “Temos que fazer o controle na entressafra”, apela o pesquisador.
Como disputa luminosidade, água e nutrientes, a buva reduz a produtividade da soja. A Embrapa relata casos de queda de 70% na produção, nas áreas mais afetadas. A Expedição Safra constatou que a preocupação chega a produtores do Centro-Oeste e do Sudeste do país, que ainda se consideram despreparados para enfrentar o problema.
Comentário: o título original da reportagem pode dar a entender que a buva passou a resistir às aplicações de herbicida porque virou transgênica, ou o contrário. O que ocorre na verdade é um processo de seleção, onde plantas com tendência natural à tolerância ao glifosato são selecionadas pelo uso repetido do herbicida e vão sobrevivendo e se multiplicando nas áreas de soja RR. A repetição da mesma cultura com o mesmo manejo direciona e acelera esse processo.
Saiba mais sobre resistência da buva em http://www.aspta.org.br/por-um-brasil-livre-de-transgenicos/boletim/boletim-461-02-de-outubro-e-2009
A quem possa interessar!
O outdoor está confuso na sua mensagem!? Porém quando se lê o texto da reportagem fica mais claro a intenção da matéria.
Talvez precisa ser reforçado que existe um paradigma instalado no mercado quanto ao consumo de defensivos agricolas na soja. O consumo de glifosato aumentou, pois são de 3 a 4 aplicações na soja GMO. O Brasil ainda planta 44% da área de soja NGMO.
Outro ponto interessante é que na soja GMO existe a necessidade de usar os herbicidas tradionais ( Pré ou Pós-emergentes para gramineas e/ou folhas largas) em complemento ao uso do Glifosato. Exemplo: Azevém, trapoeraba, erva quente, poaia, corda de viola, capim amargoso, buva…etc…
Portanto, o consumo de herbicidas e de oleo diesel e de agua nas pulverizações continuam sendo iguais ou até maior na soja GMO quando comparada com o manejo da soja Ngmo.
As variedades de soja GMO são menos produtivas que as NGMO e o seu custo de produção é maior. Ou seja a rentabilidade do sojicultor é MAIOR com o plantio da Soja NGMO ( não transgênica = convencional).
ET- Soja convencional TAMBÉM tem tecnologia!!!! Tecnologia com uma historia de sucesso de mais de 30 anos!!! Comprovada!!!
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att.
Ivan Paghi
Diretor Técnico
Abrange