Ministério da Agricultura, 10/06/2013

O governo chinês aprovou três variedades de soja geneticamente modificadas de interesse do Brasil [????], conforme informou nesta segunda-feira o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, que está em visita oficial à China. Ele participou, neste domingo, em Beijing, do Foro China-America Latina e Caribe de Ministros da Agricultura.

A aprovação das variedades geneticamente modificadas foi comunicada à Andrade pelo ministro da Agricultura da China, Han Changfu, durante encontro bilateral. Foram aprovadas a Intacta RR2 PRO [Monsanto], que tem a propriedade de supressão da população de lagartas que causam muitos danos às lavouras de soja no Brasil e a CV127 [BASF/Embrapa] e Liberty Link [Bayer], tolerantes a herbicidas.

O ministro brasileiro, que fez o pedido da liberação, agradeceu a decisão das autoridades locais e aproveitou para esclarecer ao seu colega chinês que a agricultura tropical é mais sujeita ao ataque de pragas e ervas daninhas, por essa razão é mais dependente da contínua introdução de novas tecnologias.

Antônio Andrade lembrou, ainda, que a aprovação torna-se ainda mais significativa em função da propagação da lagarta Helicoverpa armigera em vários Estados do Brasil [só faltou dizer que o uso de sementes transgênicas é apontado como fator que desencadeou a explosão dessa praga]. Conforme o ministro, as novas sementes aprovadas pelo governo chinês já tinham seu uso autorizado no Brasil e em outros mercados, mas os produtores de soja e a empresa detentora da tecnologia estavam aguardando a aprovação chinesa, pelo fato de a China ser o principal mercado comprador da soja brasileira [e porque não há segregação].

Em abril de 2013, o Brasil exportou 7,154 milhões de toneladas de soja em grãos, equivalente a US$ 3,797 bilhões. Deste total, 5,604 milhões de toneladas (US$ 2,966 bilhões) tiveram a China como destino.

“Essa decisão era ansiosamente aguardada pelos sojicultores brasileiros, visto que as empresas têm poucas semanas para embalar e distribuir o produto, a tempo do plantio da nova safra”, destacou Andrade.

O ministro propôs ainda a Han Changfu o aumento da cooperação entre a Embrapa e a Academia de Ciências Agrárias da China no campo da biotecnologia e falou sobre as oportunidades de investimento para empresas chinesas nas novas fronteiras agrícolas do Brasil, principalmente no Mato Grosso e na região conhecida como Matopiba.

A região traz novas opções de escoamento da produção no sentido norte, por hidrovias e ferrovias, viabilizadas a partir da recente aprovação da Medida Provisória dos Portos. Esses temas serão novamente abordados por ocasião da visita do vice-ministro da Agricultura da China ao Brasil, nos dias 20, 21 e 22 deste mês. Foro China – AL

No encontro de Ministros da Agricultura da China, America Latina e Caribe o Ministro Antonio Andrade foi um dos convidados para falar na sessão solene de abertura, que foi presidida pelo vice-primeiro ministro da China, Wang Yang.

Ainda no Foro de Ministros, detalhou as prioridades brasileiras no comércio com a China, em que mencionou “a preocupação com a diversificação da pauta exportadora, a exportação de produtos de maior valor agregado e o equacionamento dos problemas de logística, um tema que interessa tanto aos produtores brasileiros como aos consumidores chineses”.

O ministro enfatizou, por fim, que esta foi sua primeira viagem internacional depois que assumiu o cargo e que “o destino não poderia ser outro, já que a China é a principal compradora dos produtos agrícolas exportados pelo Brasil”. Acompanharam o ministro na viagem o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto, o secretário de Defesa Agropecuária, Enio Marques, e o assessor especial do Mapa, Ronaldo Bizinotto.

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O ESTADO DE SÃO PAULO, 11/06/2013

China vai comprar soja transgênica do Brasil

Governo obtém aval para exportação de três variedades de soja resistente a herbicidas, o que deve reduzir custos de produtores na safra 2013/2014

O governo brasileiro obteve ontem da China um aval para exportar três variedades de soja transgênica mais resistentes a herbicida, o que deve reduzir custos dos produtores nacionais na safra 2013/2014. A informação foi dada ontem pelo ministro da agricultura chinês, Han Changfu, ao ministro brasileiro, Antonio Andrade, em Pequim. Segundo o ministério, os fazendeiros poderão plantar a Intacta RR2 PRO, que possui resistência a lagartas, e a CV127 e a Liberty Link, mais tolerantes a defensivos.

Segundo nota do ministério, o ministro brasileiro disse ao colega chinês que, por ser tropical a agricultura brasileira estaria mais sujeita a pragas. Daí a necessidade de atualizar o tipo de semente no plantio. Dados da Pasta indicam que em abril, o Brasil vendeu 5,6 milhões de toneladas de soja para a China, ao valor de US$ 2,97 bilhões.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, calcula que já no primeiro ano a área cultivada com soja transgênica de segunda geração (RR2) da Monsanto deve atingir 5% do total a ser semeado a partir de setembro de 2013.

Custos. Silveira comemorou a liberação pelo governo chinês da soj a resistente a lagartas e tolerante a herbicidas, por causa da redução dos gastos com agro-tóxicos para combater as pragas e perspectiva de maior produtividade. “O ministro Antônio Andrade me ligou hoje (ontem) cedo, lá de Pequim, para dar a boa notícia”, afirmou Silveira, que se disse surpreso com o êxito do ministro, lembrando que esteve na China em abril para tratar do assunto e encontrou dificuldades para avançar nas negociações.

Os produtores estavam preocupados com a demora na liberação pelo governo chinês, porque uma possível ucontamina~ ção” das cargas com o novo transgênico poderia criar problemas comerciais com a China, que responde por 70% da soja exportada pelo Brasil.

Silveira lembrou que no ano passado a Monsanto teve de descartar 500 mil sacas de sementes de soja que estavam prontas para serem comercializadas. As estimativas de mercado são de que a empresa tenha de 2 a 3 milhões de sacas de sementes para vender na próxima safra.

Royalties. O presidente da Aprosoja Brasil calcula que na safra 2014/15 a área com a RR2 deve atingir de 20% a 25% do cultivo, mas o avanço dependerá da relação custo/benefício, Ele diz que os royalties pela nova soja vão triplicar em relação aos R$ 35 por hectare para o transgênico de primeira geração e acrescentou que a Aprosoja pediu estudos para avaliar a evolução das lavouras até a colheita para saber se compensa investir na nova tecnologia.

Vale lembrar que a cobrança de royalties pelo uso da soja de primeira geração pela Monsanto foi derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A empresa deve voltar a recorrer.

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