Valor Econômico, 04/12/2013
A lagarta Helicoverpa armigera, que está atacando lavouras na Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi detectada no Rio Grande do Sul. A praga foi identificada em plantações de soja nos municípios de Santa Maria, Rosário do Sul, Tupanciretã, Ipiranga do Sul e Cruz Alta e já assusta os produtores, mas por enquanto a Secretaria da Agricultura do Estado e a superintendência do Ministério da Agricultura descartam decretar situação de emergência fitossanitária.
O chefe do serviço de defesa vegetal da secretaria, José Cândido da Motta, informou que as lagartas foram encontradas por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, que faz parte de um grupo criado para monitorar o problema. O trabalho inclui outras universidades, empresas e entidades como Emater-RS e Embrapa, além do ministério e da secretaria, que espalharam armadilhas para capturar e identificar o inseto na fase adulta (sob a forma de mariposa) nas regiões produtoras de soja.
Na safra passada havia sido detectado apenas um foco da lagarta no Estado, em Lagoa Vermelha, sem ocorrência de danos significativos às plantações, disse Motta. Ele admitiu que agora os agricultores estão “assustados”, mas adiantou que só por volta do dia 20 deste mês o grupo de trabalho terá um quadro mais detalhado da abrangência e intensidade da praga nas lavouras gaúchas.
Apenas se o quadro se mostrar “incontrolável” a secretaria pedirá que o ministério decrete a emergência, explicou Motta. Até a semana passada, 65% dos 4,8 milhões de hectares de soja estão plantados no Rio Grande do Sul, sendo 63% em fase de desenvolvimento vegetativo, conforme a Emater-RS.
Segundo o chefe do serviço de sanidade vegetal da superintendência do ministério, Jairo Carbonari, o monitoramento está em fase inicial e ainda não é hora de se falar em estado de emergência. O decreto permitiria a importação de inseticidas à base de benzoato de emamectina, produzido na China, mas o produto é altamente tóxico para humanos, aves, animais domésticos e peixes e também contamina o solo, explicou Motta.
Conforme Carbonari, antes de pensar em usar o benzoato de emamectina, os produtores têm à disposição 16 produtos registrados no ministério para combater a praga. Além disto, segundo Motta, o controle também pode ser feito com manejo biológico e é mais fácil quando a lagarta ainda é pequena, mas isso exige uma atenção maior dos produtores. “Tem que descer do carro e arquear o lombo [curvar as costas] para examinar a plantação”, comentou.
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