Aprosoja, 11/12/2013
O milho guaxo, presente em algumas lavouras de soja, tornou-se um sério problema para as propriedades rurais em Mato Grosso. Resultado dos grãos perdidos durante a colheita da segunda safra, o milho cresce em meio à soja em estágio vegetativo que caminha para o estágio produtivo. A resistência já foi constatada na safra passada, mas este ano a situação se agravou, explica o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas. “Já estamos alertando há duas safras sobre o problema, e os prejuízos que podem causar”.
O fato é sério e essa presença indesejada preocupa por três grandes motivos. Primeiramente, pelo custo que o produtor terá com a aplicação de herbicidas, pois o milho RR é resistente ao principio ativo do glifosato. Em segundo, o milho invasor funciona como uma hospedeira, tornando-se uma boa fonte para disseminação de pragas, servindo de alimento e proteção para a lagarta Helicoverpa spp. E terceiro, pelo milho se tornar uma planta daminha que acaba competindo com a soja pelos nutrientes e água.
O prejuízo pode ser ainda maior, quando há a mistura de grãos de soja e milho durante a colheita. Isso pode gerar descontos para o produtor ao entregar a produção.
Nas visitas realizadas pela equipe técnica da Aprosoja às lavouras de soja em Mato Grosso, a maior concentração do problema foi constatado em locais que houve o cultivo de segunda safra com o milho RR, e até mesmo em híbridos não RR. Dentre os possíveis motivos estão: a polinização do milho “não RR” por híbridos RR, cultivados em áreas próximas, e mistura de sementes de milho RR em híbridos não RR.