O FDA, órgão do governo estadunidense responsável pela regulamentação de medicamentos e alimentos, mudou de posição ao expressar preocupação sobre os possíveis riscos para a saúde associados ao bisfenol-A (cuja sigla em inglês é BPA), um componente de plásticos amplamente usado em garrafas e embalagem de alimentos. Em 2008 o FDA havia declarado que o BPA era seguro.
Na última semana o FDA declarou que tinha “alguma preocupação sobre os potenciais efeitos do BPA sobre o cérebro, comportamento e próstata de fetos, bebês e crianças”, e que se juntaria a outras agências federais de saúde para estudar o componente químico em animais e humanos.
A mudança de postura do FDA é vista como um exemplo de que a saúde pública está sendo tratada de maneira mais séria sob a administração Obama.
O BPA é usado desde a década de 1960 para fazer garrafas plásticas, mamadeiras e copos de treinamento para crianças pequenas e revestimento de latas para acondicionamento de alimentos e bebidas, incluindo as latas usadas para embalar fórmulas infantis. Recentemente, após o BPA ter se tornado conhecido especialmente entre pais, os principais fabricantes de mamadeiras e copos infantis deixaram de usar o químico nestes utensílios [nos EUA]. O Canadá já proibiu o uso de BPA em produtos infantis. Chicago e Suffolk County, em Nova Iorque, fizeram o mesmo. O plástico contendo BPA é geralmente marcado com o número 7 no símbolo da reciclagem.
O BPA pode lixiviar do plástico para os alimentos. Um estudo envolvendo mais de 2 mil pessoas descobriu que mais de 90% apresentavam BPA na urina. Traços do produto químico também foram encontrados em leite materno e no sangue de mulheres grávidas e de cordões umbilicais.
O governo estadunidense irá gastar US$ 30 milhões em pesquisa sobre os efeitos do BPA em humanos e animais. As pesquisas deverão levar entre 18 e 24 meses.
Extraído de:
New York Times, 16/01/2010.
Leia a íntegra da reportagem, em inglês, em: