Terminou nesta quinta-feira (16/10) o Encontro de Agrobiodiversidade, em Montes Claros (MG) com a entrega do documento de criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras (RDS) pelo secretário de Articulação Social, Paulo Maldos (Secretaria-Geral da Presidência da República), as lideranças dos Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas. Na última terça-feira (14/10), os Geraizeiros, populações tradicionais que vivem no Norte de Minas, tiveram uma área de 38,1 mil hectares reconhecida como unidade de conservação.

 

geraizeirosA Reserva esta localizada nos municípios mineiros de Montezuma, Rio Pardo de Minas e Vargem Grande do Rio Pardo, beneficiando diretamente 500 famílias.A criação da unidade de conservação, era reivindicação do Movimento dos Geraizeiros. Na mobilização em torno do Dia do Cerrado, em setembro do ano passado, lideranças do movimento social estiveram em Brasília, ocasião em que se reuniram com representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República.

 

Na ocasião, representantes dos Geraizeiros relataram que com a destruição dos cerrados, mais de 300 rios e córregos já secaram no Norte de Minas. “As terras estão sendo griladas pelas firmas de eucalipto e de mineração”, denunciou Braulino dos Santos, da Rede Cerrado. O Movimento Geraizeiro reúne pequenos produtores de farinha de mandioca, rapadura, milho e feijão, além dos extrativistas que comercializam pequi, panã e plantas medicinais típicas do Cerrado. A eles se somam quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais da região.

 

De acordo com Orlando dos Santos, liderança do movimento, a grande reivindicação de mais de 12 anos dos Geraizeiros, é a devolução das terras para as comunidades. “Nós vivemos aqui há séculos, sempre cuidamos e protegemos o Cerrado. Queremos que a terra seja retomada pelos geraizeiros, que sempre viveram aqui e as comunidades tradicionais que vivem no Cerrado”, afirma. Os representantes dos movimentos sociais do Norte de Minas exigem ainda o fim da violência policial na região e a imediata suspensão de todos os projetos de mineração e de construção de barragens até que se faça a consulta conforme a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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