Diferentes organizações sociais do campo que reúnem agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos indígenas divulgaram notas nos últimos dias manifestando seu repúdio ao governo do presidente ilegítimo Michel Temer.

Em um de seus primeiros atos o governo nascido do golpe extinguiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério do Desenvolvimento Social, que juntos implementavam um conjunto integrado de políticas para a agricultura familiar, a agroecologia e a segurança alimentar. Não custa lembra que é esse o setor da sociedade que produz cerca de 70% da alimentação diária dos brasileiros, e que agora corre o risco de ter suas políticas de apoio desmanteladas.

 

Confira nos links abaixo algumas dessas notas:

Fetraf-Brasil

“Para nós da FETRAF-BRASIL, trata-se sim de um golpe contra a democracia, e mais ainda, representa um golpe contra a classe trabalhadora, contra a agricultura familiar, contra os povos do campo, das águas e das florestas, contra as mulheres, contra a juventude, contra a população negra, contra os povos indígenas e os povos tradicionais. Trata-se de um golpe contra os avanços sociais e contra nossos direitos e nossas conquistas.”

CONTAG

(…) “A CONTAG não admitirá retrocesso nas políticas conquistadas a partir de muita luta e sacrifícios. Precisamos de políticas que melhorem as condições de vida e trabalho no campo, e não que tragam ainda mais prejuízos para quem produz alimentos saudáveis e garante a soberania e segurança alimentar da população. Precisamos avançar no desenvolvimento rural, na reforma agrária e na estruturação dos assentamentos já existentes.”

MST

“A “Ponte para a recessão”, do golpista Michel Temer, só levará à acentuação da crise social e econômica e ampliará a instabilidade política do país. O novo governo que se anuncia, por seu histórico, tampouco representa ruptura com os métodos corruptos, que todos denunciamos nas ruas.”

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil

“A nossa preocupação aumenta diante da instalação de um novo governo que a maioria dos setores sociais e populares, como nós, considera ilegítimo e cuja composição é notadamente conservadora e reacionária, além de ser ajustada aos interesses privados que assaltaram o Estado e que ameaçam regredir os direitos sociais conquistados e, em nome da ordem e do progresso, pretendem aprovar medidas administrativas, jurídicas e legislativas para invadir mais uma vez os nossos territórios com grandes empreendimentos: mineração, agronegócio, hidrelétricas, fracking, portos, rodovias e ferrovias, entre outros.”

Articulação do Semiárido Brasileiro

“Estar a favor do direito de governar da Presidenta Dilma Rousseff não significa concordar com sua política econômica, com a Reforma da Previdência, com as múltiplas ações que inviabilizam as políticas sociais, penalizam os/as trabalhadores e trabalhadoras e desrespeitam seus direitos. Acerca das políticas sociais, reconhecemos a importância e o significado da continuidade de políticas como o “Bolsa Família”, “Minha Casa Minha Vida”, “Programa Cisternas”, “Pronatec”, “Mais Médicos”, “PAA”, “PNAE”, “Assistência Técnica”, “Crédito” e muitas outras que vêm garantindo aos/às mais pobres o acesso a direitos fundamentais.”