O censo agropecuário de 2006, cujos dados só foram divulgados em 2010, teve o mérito de revelar para o País a importância da agricultura familiar para a produção interna de alimentos e para a dinamização socioeconômica do meio rural.
Segundo informações divulgadas via whatsapp nos últimos dias e publicadas em alguns jornais, o próximo levantamento tende a omitir esse aspecto fundamental da realidade brasileira, ocultando também informações sobre o uso de agrotóxicos, entre outras. Segundo os jornais, o motivo alegado é o corte de orçamentos do IBGE, que deixou apenas 1/3 dos recenseadores originalmente previstos.
O Agro, que é pop, vai aplaudir, pois os dados oficiais que serão usados pelos próximos 10 anos tratarão da agricultura ano país como sendo uma só, seja ela de agricultores familiares, assentados ou produtores de soja no Cerrado.
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Folha de S. Paulo, 27/03/2017
por Mônica Bergamo
Atingido pelo corte de gastos no governo federal, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) encolheu o questionário do censo agropecuário, que começa em outubro. A pesquisa, que deveria ocorrer a cada dez anos para obter uma radiografia do campo no Brasil, seria feita em 2015, mas foi adiada.
O número de recenseadores também diminuiu: dos 80 mil previstos, serão contratados 26 mil. Um documento interno sobre o censo admite que “é sensível que a redução do questionário foi drástica, […] contudo ele atende minimamente à demanda de atualização”. Questões sobre agricultura familiar, uso de agrotóxicos e raça das pessoas, por exemplo, sumiram.
“Haverá um prejuízo irrecuperável para a série histórica de alguns itens”, afirma Dione Oliveira, do sindicato de servidores do instituto. O IBGE, via assessoria, diz que o censo foi “redesenhado” para ser “exequível” com o orçamento de R$ 505 milhões (50% do esperado). E que são seguidas recomendações internacionais “para preservar as informações essenciais”.
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Jornal do Brasil, 27/03/2017
O IBGE encolheu o questionário do censo agropecuário, que começa em outubro, dois anos depois do que estava planejado, com 26 mil recenseadores — contra os 80 mil que estavam previstos.
Um documento interno sobre a pesquisa, de acordo com informações da colunista Mônica Bergamo na Folha, fala na redução como “drástica”, mas diz que o questionário atenderia “minimamente à demanda de atualização”.
De acordo com a colunista, questões como agricultura familiar e uso de agrotóxicos não fazem mais parte do levantamento.
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