UFV, 05/03/2021
Como uma das iniciativas de celebração do Dia Internacional da Mulher, foram lançados e disponibilizados, no site do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), o livreto As Cadernetas Agroecológicas e o Protagonismo Econômico das Mulheres Agricultoras e um boletim informativo sobre como utilizar as cadernetas.
Os materiais produzidos são uns dos resultados do projeto Cadernetas Agroecológicas: construindo a autonomia econômica das mulheres agricultoras de Viçosa/MG, que iniciou em 2019, na UFV, sob coordenação do professor Alair Ferreira de Freitas, do Departamento de Economia Rural, em parceria com o CTA-ZM e as agricultoras do Movimento de Mulheres da Zona da Mata e Leste de Minas, financiado pela Chamada CNPq/MCTIC/MDS n. 36/2018. A iniciativa tem como objetivo principal dar visibilidade ao trabalho das agricultoras familiares rurais e urbanas, por meio do registro e monitoramento de sua produção econômica (monetária e não monetária).
A caderneta é composta por colunas em que as mulheres anotam, durante o ano, tudo o que consomem, vendem, trocam e doam. A partir desse monitoramento, elas conseguem ter uma noção melhor do trabalho que realizam nos seus quintais produtivos, na confecção de artesanato, ou em outras atividades. Com isso, podem verificar e compartilhar o quanto contribuem para a renda e a economia familiar.
Como é destacado no boletim informativo do CTA, as cadernetas agroecológicas vão além das questões econômicas, pois geram autonomia. “Ao reconhecer o seu próprio valor, as mulheres se empoderam, se fortalecem e começam a participar ativamente de espaços de tomadas de decisão nas suas comunidades”. Isso é visível no relato da agricultora Maria da Conceição Caetano, que pode ser conferido no vídeo abaixo, produzido pelo CTA.
Assim como Maria da Conceição Caetano, muitas outras mulheres estão tendo o seu trabalho reconhecido a partir do uso das Cadernetas Agroecológicas, que são foco de pesquisas no Programa de Pós-graduação em Extensão Rural da UFV, e tem alcançado cada vez mais lugares. Já foi destacado pelo CNPq e, por meio do Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia, as cadernetas chegaram a agricultoras em diversas regiões do Brasil, além de estarem sendo apropriadas por organizações internacionais, como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Todas os detalhes sobre o projeto, reflexões e resultados já alcançados estão disponíveis no livreto lançado. Dúvidas sobre como utilizar as cadernetas podem ser esclarecidas no boletim informativo do CTA e no vídeo explicativo de uma das coordenadoras do CTA e do GT Mulheres da ANA, Beth Cardoso.
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