França se opõe à proposta da UE de deixar países livres para decidir sobre transgênicos
Segundo matéria publicada pela Reuters, o ministro de agricultura da França Bruno Le Maire afirmou em 16/09 que o país se opõe ao plano da União Europeia (UE) de deixar que cada país membro possa decidir se aprova ou não o cultivo de transgênicos. A declaração foi feita em uma conferência de imprensa, junto com o comissário de assuntos de saúde e consumidores da UE, John Dalli.
A proposta havia sido apresentada pela Comissão Europeia em junho último, na tentativa de superar as divergências entre países quanto ao tema, que têm tornado a aprovação de transgênicos no bloco extremamente difícil.
Segundo a Reuters, a Espanha também rejeita a ideia.
Na conferência de imprensa, Dalli reconheceu como legítima a posição da França e de outros países contrários à proposta, mas afirmou que espera avançar rapidamente na discussão com os 27 estados membros e o Parlamento Europeu com vistas a mudar as regras já no próximo ano.
Em consulta a organizações francesas contrárias aos transgênicos, a AS-PTA apurou os motivos da rejeição do país à proposta da UE. Segundo elas, a proposta faz parte de uma estratégia para finalmente disseminar as lavouras transgênicas na Europa: liberando-se os países para decidir sobre permitir ou não o cultivo, certamente haverá aqueles que optarão pela liberação. E, introduzindo-se as sementes modificadas em um país, certamente em pouco tempo os outros estarão com suas lavouras contaminadas. Trata-se, novamente, da estratégia do “fato consumado”: uma vez contaminadas as lavouras, os governos vêem-se forçados a liberar o cultivo, caso contrário terão boa parte das lavouras de seus países em situação ilegal.
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