Compare as informações abaixo com o que está no processo da liberação comercial do feijão transgênico:
os experimentos foram tratados com inseticida + fungicida preventivo; as sementes foram tratadas, a aéra limpa com herbicida e as plantas dessecadas com até 3 outros herbicidas… (p. 411 e 412)
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Jornal de Brasília, 24/10/2011
Resistente a praga, semente reduzirá uso de agrotóxicos nas lavouras liberação comercial da semente de feijão, do tipo carioquinha, geneticamente modificado e desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) esvaziou o discurso dos opositores aos transgênicos, opina o pesquisador da estatal Francisco Aragão.
“Durante muitos anos, as pessoas que são contra essa tecnologia sempre disseram que é uma tecnologia para grandes produtores, para commodities (produtos básicos de comercialização no mercado financeiro), e feita apenas por empresas multinacionais. O feijão mostra que não é isso, mas uma tecnologia para os programas de melhoramento, até para subsistência”, assinala Aragão.
O feijão GM Embrapa 5.1 é resistente ao vírus do mosaico dourado (transmitido por um inseto popularmente conhecido como mosca-branca), principal praga que ataca a cultura no Brasil e em outros países da América do Sul.
Segundo Aragão, o organismo geneticamente modificado (OGM) “terá repercussão mais forte entre os pequenos produtores”, responsáveis por sete de cada dez GRÃOS de feijão produzidos no Brasil e sem recursos para fazer o controle químico do vetor que transmite o vírus.
MENOS POLUIÇÃO
“O pequeno agricultor vai deixar de jogar veneno, vai deixar de se intoxicar e de poluir o meio ambiente”, complementa o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Edilson Paiva. Segundo ele, a “Embrapa é uma das poucas empresas públicas no mundo que podem enfrentar a concorrência de multinacionais”, diz se referindo às empresas norte-americanas Monsanto e Pioneer, à DuPont (de capital francês), à suíça Syngenta e às empresas alemãs Basf e Bayer. Diferentemente das grandes companhias, a Embrapa não cobra royalties das suas sementes.
SAIBA +
Após mais de 30 anos da modificação da bactéria Escherichia coli para produção de insulina e 16 anos do anúncio da soja transgênica, o mercado e a ciência ampliam o uso e falam sobre uma nova geração de transgênicos.
A promessa da engenharia genética é a de que a tecnologia aumente o número de vacinas, enriqueça os alimentos e diminua o impacto ambiental no campo e nas cidades. Segundo a Sociedade Brasileira de Genética, é possível, por exemplo, fabricar sabão com bactérias geneticamente modificadas e ter um produto menos poluente.