A soja Roundup Ready 2, da Monsanto, também chamada de Intacta, foi liberada pela CTNBio em 2010 e agora começa a chegar no mercado após o primeiro escalão do governo brasileiro ter se empenhado para convencer compradores como a China. Recentemente explodiu um surto de pragas nas lavouras de soja, milho e algodão liderado pela lagarta Helicoverpa. A responsabilidade das plantações transgênicas ainda é discutida e seus defensores, evidentemente, negam que seja essa a causa do problema. O fato é que a empresa, quando pediu a liberação da soja RR2 não falava que esta semente seria resistente à Helicoverpa. Nem a CTNBio, em seu parecer técnico, cita a praga, dando a entender que esta não é uma característica da nova semente e que esse suposto atributo sequer foi testado. Acontece que a semente está chegando ao mercado junto com a praga, e aí lê-se na imprensa especializada que “Monsanto começa a vender soja INTACTA RR2 PRO, com supressão à Helicoverpa“.
Além disso, não está disponível no mercado teste de fita (IFL) para detecção dessa nova semente. Como farão produtores, cooperativas e cerealistas para saber qual soja estão comprando? Como farão os produtores de soja convencional ou orgânica para se certificar de que sua produção não foi contaminada? Na impossibilidade de identificação a Monsanto assumirá que toda a soja produzida deriva de sua nova semente e assim se julgará no direito de cobrar royalties de todos?