G1, 17/03/2015
Promotoria abriu inquérito para apurar detalhes sobre eficácia do projeto.
Saúde vai acatar recomendações; método visa diminuir casos de dengue.
Inquérito
O texto do inquérito, assinado pela promotora Maria Christina Marton de Freitas, solicita à Secretaria de Saúde informações sobre as medidas adotadas pela Prefeitura no combate à dengue, as razões técnicas e os estudos que justifiquem o uso de biotecnologia e as medidas adotadas para o esclarecimento da população do bairro Cecap.
Além disso, a Promotoria também solicita quais são as obrigações previstas no contrato com a empresa Oxitec do Brasil, responsável por desenvolver o projeto, quanto ao monitoramento das populações de Aedes aegypt selvagens.“Ainda recomendo que a soltura dos mosquitos seja suspensa até que prestadas todas as informações requisitadas pelo MP”, diz a promotora no documento.
O mosquito transgênico vive de 2 a 4 dias. Para que não cheguem à fase adulta, eles são criados com uma disfunção genética. De acordo a Oxitec, seriam soltos em Piracicaba entre 1 milhão e 2 milhões do inseto modificado semanalmente, uma média de 100 a 200 mosquitos por habitante do município.
Prefeitura e Oxitec
Na última quarta-feira (2), o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) afirmou que a representação do Comdema tem motivação política, já que o projeto tem todas as autorizações de órgãos competentes. Ele afirmou ainda que a Prefeitura não tinha a obrigação de consultar o Comdema ou outro conselho municipal sobre a iniciativa.
Em nota oficial, enviada na segunda-feira (16), a Secretaria de Saúde informou que recebeu o ofício e vai providenciar, junto à Procuradoria Jurídica do Município, as respostas aos “questionamentos da promotora o mais rápido possível”. A administração municipal ainda afirmou que a liberação dos mosquitos vai respeitar as recomendações do MP.
Já a empresa Oxitec afirmou que não recebeu nenhum questionamento do Ministério Público e que cabe à Prefeitura de Piracicaba responder às solicitações da Promotoria.
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