Não pára de crescer a dependência da agricultura brasileira em relação a algumas múltis. Por meio do crescente controle do mercado de sementes, essas empresas cada vez mais ditam o que será plantado por aqui. O controle segue pelo restante da cadeia, incluindo os demais insumos, transporte, processamento e comercialização da produção.
As matérias abaixo referem-se a estudo divulgado esta semana pela consultoria Céleres, que cita a redução dos custos de produção como o fator responsável pela rápida adoção de variedades transgênicas, sobretudo de milho. Faltou a empresa apresentar os dados que permitiram tal conclusão, já que há cada vez mais informação disponível apontando o contrário, inclusive dados da Embrapa. Faltou também mencionar que é cada vez menor a oferta de semente convencional de milho e que essa falta de opção pode estar por trás da maior adoção da semente modificada.
No Mato Grosso, a soja transgênica perde espaço, e os produtores se uniram para garantir apoio da Embrapa para o fornecimento de sementes convencionais de soja. Isso também não é relatado. Faltou ainda mencionar o descontentamento dos produtores em relação ás políticas de cobrança de royalties das empresas e a contribuiçao do aumento da área com transgênicos para a liderança do Brasil no ranking mundial do consumo de agrotóxicos.
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CORREIO BRAZILIENSE, 18/01/2011.
O Brasil elevou a área cultivada com organismos geneticamente modificados na safra de verão 2010/11. É o que aponta estudo divulgado ontem pela consultoria Céleres, segundo o qual as razões da expansão do plantio de trangênicos foram o crescimento estimulado pela disponibilidade de novas sementes e o custo de produção mais baixo em comparação ao produto convencional. De acordo com o relatório, a área de soja transgênica foi estimada em 18 milhões de hectares, o equivalente a 76,2% dos 23,7 milhões de hectares semeados com a oleaginosa nesta temporada no Brasil. Na safra passada, quando a área total foi ligeiramente menor, a soja geneticamente modificiada cobriu 70,6% da total.
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Céleres prevê 25,8 milhões de hectares cultivados com OGMs na safra 2010/11
Alexandre Inácio. VALOR ECONÔMICO, 18/01/2011
Três em cada quatro hectares cultivados com soja na safra 2010/11 – que está em curso – utilizaram sementes geneticamente modificadas no Brasil. No caso do milho, mais da metade da área foi plantada com as variedades transgênicas disponíveis, enquanto no algodão, quase um terço do plantio está sendo feito com sementes modificadas na safra 2010/11. Considerando as três culturas juntas, a área alcança 25,8 milhões de hectares, a maior taxa de adoção de transgênicos da história da agricultura nacional, segundo levantamento da Céleres.
“Esse é um caminho que não tem mais volta, e a tendência é que a adoção dessa tecnologia aumente cada vez mais”, diz Leonardo Menezes, pesquisador da Céleres. Ele lembra que, no caso do algodão, a adoção só não foi maior na safra atual porque a disponibilidade de sementes era pequena para atender à demanda.
Entre as três culturas, a adoção da tecnologia ocorreu mais rapidamente no milho. O uso de híbridos geneticamente modificados alcançou 52,7% da área plantada já no terceiro ano após a liberação oficial da primeira variedade transgênica, cultivada na safra 2008/09. Para comparar, a soja só alcançou o percentual de 56% sete anos após ter sido liberada oficialmente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), na safra 2000/01.
No caso da soja, a expectativa da Céleres é que 18,1 milhões de hectares sejam cultivados com variedades transgênicas no ciclo 2010/11, ou seja, 76,2% do total. Os Estados do Maranhão e Piauí são os que menos adotaram as sementes geneticamente modificadas – 60,7% da área cada um. Segundo Menezes, o motivo para isso é que ainda faltam cultivares transgênicas melhor adaptadas à região.
“Vale lembrar que Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, não é o que mais utiliza transgênicos. Algumas variedades convencionais ainda apresentam uma produtividade superior que as geneticamente modificadas”, afirma Menezes. Em Mato Grosso, 66,8% da área é plantada com soja transgênica.
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Milho transgênico chega a 64,7% no Rio Grande do Sul
Com um avanço em ritmo cada vez mais acelerado nas lavouras gaúchas, o milho geneticamente modificado é uma realidade que veio para ficar. Do total da área plantada para a safra 2010/2011 no Estado, 64,7% é cultivada com sementes transgênicas – mais resistentes a insetos, com tolerância a herbicidas ou de genes combinados –, como mostra estudo realizado pela Céleres, consultoria especializada em agronegócio.
Gisele Loeblein, Zero Hora, 18/01/2011, via IHU.
Da mesma forma, o Brasil também prevê um aumento do uso da biotecnologia no cultivo da cultura. No Estado, a área de cultivo de milho geneticamente modificado cresceu pouco mais de sete vezes na comparação com o ciclo de 2008/2009.
Sobre o avanço no Rio Grande do Sul, o diretor da Céleres, Anderson Galvão, observa:
– O ritmo está maior do que na soja. Isso é resultado de um produtor satisfeito, devido à facilidade de manejo.
Os números impressionam porque esta é apenas a terceira safra desde a liberação do uso. Para Alda Lerayer, do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, a adoção também trouxe uma redução de custos. E a equação custo-benefício mostra uma vantagem.
– O produtor gasta mais na hora de comprar a semente, mas gasta menos com o uso do herbicida – diz o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado, Cláudio de Jesus.
Hoje, a lista de milhos geneticamente modificados aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança chega a 15 itens. Mas a semente capaz de ajudar os gaúchos a diminuir os impactos do clima não deve chegar antes de três a quatro anos.
Já me aconteceu em duas idas ao supermercado, quando precisava comprar Óleo de Soja só encontrar produtos feitos com Soja Transgênica. Preferi pagar o dobro do preço e levar o Óleo de Girassol…
De fato o óleo de girassol, apesar de mais caro, é uma opção segura para se evitar o consumo de transgênicos, já que o milho GM está entrando e ainda não vi as empresas rotularem o óleo de milho. No caso da soja há as marcas Leve e Sinhá que garantem óleo livre de transgênicos. É também boa opção sempre que disponível no mercado.